sábado, 30 de novembro de 2013

Três pais.


"O destino é difícil de se decifrar, o tempo passa, pessoas passam pela sua vida, algumas deixam marcas, marcas difíceis de curar."

Marina e seus três pais.

1- Ele era o pai cuidadoso, aquele que nunca saia de perto, misterioso, mas com um amor enorme, aquele que te carrega no colo da forma mais amorosa e querida que um pai pode carregar. Não lembro-me muito bem, geralmente ao cinco anos de idade a memória não é muito legível,  tenho recordações de uma manhã que acordei, levantei da minha cama e fui até a sala e tinha muitos homens na minha casa, homens com roupas pretas, acho que eram três ou quatro, estavam bravos, gritando, minha mãe com uma cara de preocupada, me levou para o quarto e me trancou lá. Olhei pela janela, e tinha um carro na frente da minha casa, um carro diferente, tinha umas luzes nele, tipo aquelas luzes de Natal sabe? Mas não foi isso que me surpreendeu, fiquei curiosa pelo fato do meu pai estar dentro daquele carro, estava triste, desapontado com aquela situação. 

Minha mãe entrou no quarto, com o rosto vermelho, ela disse que não, mas eu sei, ela estava chorando, mandou eu deitar e dormir.

Passou alguns dias, fui visitar meu pai lá naquela casa que ele estava morando, era uma casa bem diferente, bastante gente morava lá, achei estranho, mas tudo bem. Era uma sala pequena, eu estava sentada na perna dele, ele me abraça e chorava. Minha mãe estava brava, gritando com ele.  Mas porque? Não entendo por que ele repetia tantas vezes "EU JURO, NÃO FIZ NADA!" Me despedi dele, e fui embora. A princesinha do papai nunca mais iria vê-lo. (continua) 






sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Só isso.

Não quero alguém que morra de amor por mim, só preciso de alguém que viva por mim, que queira estar junto de mim, me abraçando. Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo, quero apenas que me ame, não me importando com que intensidade. Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim, nem que eu faça a falta que elas me fazem. O importante pra mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível e que esse momento será inesquecível. Só quero que meu sentimento seja valorizado. Quero sempre poder ter um sorriso estampando em meu rosto, mesmo quando a situação não for muito alegre. E que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor. Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém e poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos, que faço falta quando não estou por perto. Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras, alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho. Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons sentimentos que a vida lhe proporciona, que dê valor ao que realmente importa, que é meu sentimento e não brinque com ele. E que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca cresça, para que eu seja sempre eu mesmo. Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe, que ele é superior ao ódio e ao rancor, e que não existe vitória sem humildade e paz. Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanhã será outro dia, e se eu não desistir dos meus sonhos e propósitos, talvez obterei êxito e serei plenamente feliz. Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas. Que a esperança nunca me pareça um não que a gente teima em maquiá-lo de verde e entendê-lo como sim. Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder dizer a alguém o quanto ele é especial e importante pra mim, sem ter de me preocupar com terceiros, sem correr o risco de ferir uma ou mais pessoas com esse sentimento. Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão. Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades a às pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim e que valeu a pena.
— Mário Quintana.